sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Análise - Call of Duty: Modern Warfare II


Do ápice da fama aos gritos de ódio de uma minoria vocálica, Call of Duty consegue a proeza de se manter como um dos maiores lançamentos de todos os anos, mesmo sustentando com persistência uma política de lançamento anual que já dura mais de uma década.

Com a marca de uma nova onda de sucesso iniciada no formidável Call of Duty 4: Modern Warfare em 2007, ao introduzir a franquia à “guerra moderna”, Call of Duty conquistou grande parte de seu público que se mantem fiel até hoje.

Com o sucesso estrondoso do jogo, não foi surpresa ver a Activision insistir em expandir a série por anos a fio - mas que esta “grandiosidade” tenha conseguido se manter tão inabalável pelo tempo que tem se firmado, é, no mínimo, um tanto impressionante.

Apesar disso, com tanto tempo no mercado, é razoável reconhecer que a franquia exala, mesmo que de forma relativa, um certo senso de fadiga.

Continuando agora a história iniciado no reboot de Modern Warfare (2019), MW 2 (2022) traz em seu nome um peso monumental, considerando ser uma reimaginação do clássico de 2009.

 


Passando-se três anos após os eventos de Modern Warfare (2019), MW2 acompanha de novo a Task Force 141, que em meio a uma missão que os leva a descobrir misseis americanos em território inimigo, descobre também uma colaboração entre os terroristas investigados e o cartel de drogas americano/mexicano.

Se a história é interessante por unir dois grupos aparentemente tão distintos do "mundo do crime", em termos de conteúdo, ela não faz muito para sair dos clichês básicos do militarismo que colocam os norte americanos como os eternos salvadores da pátria. E se nas conotações políticas, Call of Duty mais uma vez parece não ter disposição para fazer quaisquer comentários interessantes sobre o panorama geopolítico moderno, é frustrante também que o jogo insista em um suposto poder de iconografia de seus protagonistas; colocando personagens como SOAP, Ghost e Price em pedestais jamais merecidos, para além de simplesmente terem aparecido em outros jogos clássicos da franquia. É um senso de iconografia que não é merecido, uma vez que tais personagens possuem, no máximo, algum semblante de personalidade que os distingam uns dos outros.

Acaba sendo lamentável também que as missões que encompassam a campanha também não são das melhores. O que é uma pena, considerando o histórico de excelência das campanhas pela Infinity Ward. Mas aqui, não parece haver qualquer momento particularmente inspirado, e o ritmo da campanha chega a ser meio sofrível em alguns momentos (em especial naqueles que eles parecem buscar evocar algum senso do modo battle royale nos mapas mais abertos das missões).


Mais uma vez dividindo-se em quatro pilares de experiências completamente diferentes (Campanha, Multiplayer, Special Ops e Warzone), Call of Duty: Modern Warfare II consegue se manter um pacote incrivelmente variado – se não no escopo da própria franquia, ao menos no contexto de cada título.

Com o clássico multiplayer inigualável de Call of Duty, MW2 volta a priorizar cenários mais abertos para as batalhas online (de acordo com o modo) a fim de, não só engradecer a escala destas, mas também para abrigar a utilização de vários veículos em suas extensões. Assim, a presença de carros, tanques de guerra, aviões e helicópteros voltam a agraciar o multiplayer da mesma forma que o faziam no MW original. Essas adições não necessariamente roubam os holofotes do confrontos com armas padrões (sempre amparados por aquela que é uma das melhores mecânicas de tiro da indústria), mas justificam sua presença - em particular - por ajudarem a distinguir Modern Warfare de, por exemplo, Black Ops ou Vanguard, do ano passado.

Com uma estrutura que parece voltar a equilibrar os confrontos close quartes e aqueles em maior escala, MW2 continua o percurso do jogo de 2019, concebendo aquele que, na minha opinião ainda é a melhor vertente da série. Com customizações insanamente detalhistas para o arsenal, movimentação precisa e um time to kill ideal, COD está aqui em seu melhor ponto deste o reboot de 2019.

O multiplayer ainda se mantém como um modo indiscutivelmente divertido (ainda que carente de novidades), possibilitando a diversão em pequenas ou grandes doses, você sendo um jogador experiente ou não, com um sistema de progressão costumeiramente estimulante e fazendo uso das mecânicas de tiro em 1ª pessoa que simplesmente não ficam melhores do que em Call Of Duty.

 


Contando ainda com um modo Special Ops um tanto quanto seguro, MW2 ao menos apresenta este componente cooperativo que veio a se torna marca registrada de Modern Warfare de forma competente, apresentando um número decente de missões e a oportunidade sempre legal de completá-las com amigos.

Fechando o pacote ainda temos o Warzone 2, que continua aqui o modo battle royale estabelecido há alguns anos. Confesso que nunca fui muito fã deste modo de jogo, mas, do que joguei, parece manter-se na mesma onda da versão anterior, com melhoras incrementais e arsenal atualizado.

Eficiente em proporcionar todos os principais pilares da experiência Call of Duty (em particular da 'vertente' Modern Warfare), MW2 diverte e impressiona de forma inquestionável no polimento geral de suas frentes, mesmo que essa impressão não se deva necessariamente a alguma inovação da fórmula, mas sim a competência com a qual é executada.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Game Center Brasil agradece seu comentário.