quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Análise - Call of Duty: Vanguard


Catorze anos adentro de um esquema de lançamento anual, já é seguro dizer que nada é capaz de parar a maquinaria de Call of Duty. Com cada novo jogo excendo nas casas das dezenas de milhões de cópias vendidas todos os anos com tranquilidade, a franquia da Activision tem se provado ano após ano como inesgotável para uma parcela considerável de jogadores em todo o mundo.


Voltando agora (novamente) às origens, Call of Duty: Vanguard nos leva de volta à 2a Guerra Mundial - que foi pela última vez explorada em Call of Duty: WW2, em 2017, sob tutela principal da Warhammer Studios - também responsável por este novo jogo.



Situando sua campanha em uma estrutura antológica, Vanguard leva o jogador a vários locais e momentos da Segunda Grande Guerra, procurando estabelecer uma variedade que era ausente no jogo de 2017. Transitando entre locais como Stalingrad, o Pacífico e África do Norte, para citar alguns, Vanguard é eficiente em retratar a versatilidade dos conflitos, sempre fazendo questão de inserir grandes setpieces e momentos bombásticos entre os tiroteios mais corriqueiros ao longo da curta extensão da campanha.


Se o jogo é eficiente em manter o ritmo empolgante característico de COD, o costume também é mantido na incompetência em criar um elenco de personagens que se destaquem (mesmo que como arquétipos eficazes). Saltando de um protagonista para o outro em um piscar de olhos, não existe espaço para que quaisquer dramas transpareçam personalidade, sendo o escopo da história claramente o motor principal da narrativa.



Contando com o pouco maleável multiplayer de Call of Duty, Vanguard mantém a qualidade indiscutível de mecânicas de tiro características da série, pecando apenas por oferecer um arsenal talvez um pouco menos interessante do que de costume. É um problema inerente do contexto antiquado de 2a Guerra e é apenas um dos motivos que, pessoalmente, acredito que este conflito já deu o que tinha que dar nesta franquia - pelo menos por um bom tempo. Dito isso, é inegável que pouquíssimos shooters são tão divertidos momento-a-momento como Call of Duty, e neste sentido, Vanguard mantém com confiança a fórmula de sucesso.


Fechando o pacote "clássico" de Call of Duty, o modo Zombies volta como um dos grandes pilares da experiência, ainda que de forma limitada para ser eventualmente expandido através de atualizações. Comandado pela Treyarch (ao invés da própria Sledgehammer), o modo Zombies em Vanguard introduz elementos do gênero roguelike em meio a fórmula padrão. Contando com uma hub para pausas e aquisição de habilidades e armas, o modo mantém o frenesi e intensidade costumeiro de Zombies, sendo garantia certa de sessões de jogatina divertidíssimas com os amigos.


Sendo talvez o Call of Duty mais fraco desde WW2, Vanguard ressalta a noção de que a Segunda Guerra Mundial é um pano de fundo um pouco superusado demais para uma franquia que já tem novos exemplares todos os anos; sendo particularmente lamentável que a Sledgehammer Studios talvez se cimente como "o estúdio de jogos de Segunda Guerra dentro da Activision" (especialmente já tendo se mostrado compentente em outros exemplares mais futuristas da série, como Advanced Warfare). 


Apesar disso, é mais uma prova que Call of Duty é "grande demais para fracassar", seja pela força de nome da franquia, seja por que é simplesmente inegável que mantém um polimento e senso de diversão que é estabelecido demais para não entreter com confiança.



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