Com a marca de uma nova onda de sucesso iniciada no
formidável Call of Duty 4: Modern Warfare
em 2007, ao introduzir a franquia à “guerra moderna”, Call of Duty conquistou grande parte de seu público que se mantem
fiel até hoje.
Com o sucesso estrondoso do jogo, não foi surpresa ver a Activision insistir em expandir a série por anos a fio - mas que esta “grandiosidade” tenha conseguido se manter tão inabalável pelo tempo que tem se firmado, é, no mínimo, um tanto impressionante.
Treze anos após Call of Duty 4 e um ano após o reboot de Modern Warfare, em 2020 a aposta da franquia é "rebootar" aquela que talvez seja a sua maior sub-franquia de sucesso: Black Ops (agora com um próprio sub-título de Cold War adicionado ao nome).
Passando-se no início da década de 80, Cold War acompanha o oficial da CIA Russell Adler à medida que ele persegue Perseus, um espião soviético, cujo principal objetivo é "desestabilizar os Estados Unidos e fazer a balança de poder mundial pender para os soviéticos". Sim, pela trama já podemos perceber que Cold War não hesita em continuar a estratégia de Black Ops de colocar a culpa de todas as catástrofes políticas e bélicas na União Soviética do século XX. Dessa forma, é difícil tentar extrair qualquer comentário político, social ou mesmo intelectual da história aqui contada que permita algum tipo de discussão interessante - relegando, então o grande chamativo da campanha às costumeiras e bombásticas set-pieces que Call of Duty costuma apresentar com competência.
Neste sentido, a campanha do jogo é eficiente em evocar uma atmosfera de espionagem caraterística da Guerra Fria, contrastando-a com os momentos mais bombásticos característicos da série; sendo estes, em Black Ops, particularmente inspirados pela estética e tom de blockbusters de ação da década de 80. Assim, a infiltração em um importante quartel-general da KGB ganha contornos históricos interessantes pela recriação de época e necessidade de se manter ao disfarce, ao mesmo tempo em que batalhas nos solos do Vietnã se mostram eficientes em recriar a escala do conflito. Contando ainda com um módulo de criação de personagem que permite o jogador atribuir algumas habilidades específicas a estes, Cold War ainda adiciona alguns elementos de missão secundária a sua campanha principal que ajudam, não só estendendo o tempo de jogatina, mas também em estabelecer um senso maior de variedade à jornada.
Contando ainda com o clássico multiplayer inigualável de Call of Duty, Black Ops volta a priorizar cenários mais abertos para as batalhas online (de acordo com o modo) a fim de, não só engradecer a escala destas, mas também para abrigar a utilização de vários veículos em suas extensões. Assim, a presença de carros, tanques de guerra, aviões e helicópteros voltam a agraciar o multiplayer da mesma forma que o faziam no Black Ops original, de 2010. Essas adições não necessariamente roubam os holofotes do confrontos com armas padrões (sempre amparados por aquela que é uma das melhores mecânicas de tiro da indústria), mas justificam sua presença - em particular - por ajudarem a distinguir Cold War de, por exemplo, Modern Warfare, do ano passado.
Fechando o pacote "clássico" de Black Ops, o modo Zombies é novamente um dos grandes pilares da experiência. Desta vez, porém as novidades são quase ínfimas, relegando a algumas adições simples, como a capacidade de se utilizar loadouts advindos do multiplayer para este modo; o que é bem-vindo, mas, longe de ser chamativo para um modo que um dia foi tão icônico. Apesar disso, a experiência de "explodir" zumbis continua tão divertida como sempre foi, agora, no entanto, amparada pela nova versão do impressionante motor gráfico da Treyarch.
Eficiente em proporcionar todos os principais pilares da experiência Call of Duty (em particular da 'vertente' Black Ops), Cold War diverte e impressiona de forma inquestionável, mesmo que essa impressão não se deva necessariamente a alguma inovação da fórmula, mas sim a competência com a qual é executada.
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